CANTAR está em processo de criação e tem estreia em novembro de 2025 no Teatro Campo Alegre, no Porto.
“Em 1974, a cantora Gal Costa lançou o quinto álbum de sua carreira chamado CANTAR. É um dos discos mais icônicos da música popular brasileira, é um disco sinônimo de resistência. Em 74 o Brasil ainda vivia uma das piores ditaduras da sua história: artistas, intelectuais, políticos da oposição foram exilados e silenciados. Gal foi uma das figuras emblemáticas do movimento Tropicalista, que entre outros conceitos usava a antropofagia como impulsionador estético. Com a sua voz doce e ao mesmo tempo estridente e provocante, foi uma das figuras públicas que conseguiu nesse período usar seu canto para questionar certa (des)ordem política, ética e social.
Um grande número de pessoas precisou se exilar para não ser preso ou morto. Esse não é um fato isolado na identidade de um país, é uma realidade um tanto quanto comum.
Um grande número de pessoas precisou se exilar para não ser preso ou morto. Esse não é um fato isolado na identidade de um país, é uma realidade um tanto quanto comum.
Muitas pessoas no mundo precisam fazer grandes deslocamentos, grandes migrações para continuarem a existir; para fugirem da guerra, da perseguição religiosa, para buscar novas oportunidades de subsistência. As baleias fazem grandes viagens para se alimentar, para acasalar, para, assim como nós, continuarem a existir e, nesse percurso, cantam. Imaginamos agora uma peça onde baleias se deslocam e cantam e com seu cantar dizem frases e versos que podem provocar uma revolução ou pelo menos, uma saudade. As baleias são animais enormes. Nós somos pequenos. Mas podemos ser enormes também. Cantar é de graça. Cantar relaxa, faz crianças dormirem e pode fazer adultos acordarem. Que relações existem entre Gal, baleias, exílio, saudade, fronteiras, ditadura, antropofagia, multiculturalismo, territórios, des-territórios, refúgio? São muitas. E agora, vamos dançar isso.”
Francisco Thiago Cavalcanti
Foto: Walesca Timmen
ficha artística
Criação, performance e direção
Francisco Thiago Cavalcanti
Co-criação e performance
Bárbara Cordeiro, Daniel Pizamiglio, Francisca Pinto, Piero Ramella, Sara Paternesi e Yaw Tembe
Criação de luz
Leticia Skrycky
Produção executiva
Sinara Suzin (Alkantara)
Apoio
Alkantara, Fundação Gulbenkian, Creative Europe, Polo Cultural das Gaivotas
Documentação e Social Media
Walesca Timmen
Residências artísticas
Alkantara, Ilê do Mestre Peixinho, Ngoma Capoeira Angola, P.A.F (Performing Arts Forum), Instável - Centro Coreográfico, Forum Dança, Centro Cultural da Malaposta
Residência de Coprodução
O Espaço do Tempo
Produção
Alkantara
Coprodução
Alkantara, Teatro Municipal do Porto
Francisco Thiago Cavalcanti
Co-criação e performance
Bárbara Cordeiro, Daniel Pizamiglio, Francisca Pinto, Piero Ramella, Sara Paternesi e Yaw Tembe
Criação de luz
Leticia Skrycky
Produção executiva
Sinara Suzin (Alkantara)
Apoio
Alkantara, Fundação Gulbenkian, Creative Europe, Polo Cultural das Gaivotas
Documentação e Social Media
Walesca Timmen
Residências artísticas
Alkantara, Ilê do Mestre Peixinho, Ngoma Capoeira Angola, P.A.F (Performing Arts Forum), Instável - Centro Coreográfico, Forum Dança, Centro Cultural da Malaposta
Residência de Coprodução
O Espaço do Tempo
Produção
Alkantara
Coprodução
Alkantara, Teatro Municipal do Porto
CANTAR é o espetáculo que Francisco Thiago Cavalcanti e o coletivo um cavalo disse mamãe estão a desenvolver em paralelo com 52blue, ambos produzidos pelo Alkantara.
As performances funcionam como díptico que se desdobra na mesma matéria, reflexão sobre os temas do deslocamento, exílio, sobrevivência e resistência. 52blue estreou a 23 de novembro no Teatro do Bairro Alto, no âmbito do Alkantara Festival 2024.
As performances funcionam como díptico que se desdobra na mesma matéria, reflexão sobre os temas do deslocamento, exílio, sobrevivência e resistência. 52blue estreou a 23 de novembro no Teatro do Bairro Alto, no âmbito do Alkantara Festival 2024.

Foto: Walesca Timmen

Foto: Walesca Timmen
Foto: Walesca Timmen
english
CANTAR is still in the creation process and will premiere in november 2025 in Teatro Campo Alegre, in Porto.
“In 1974, singer Gal Costa released the fifth album of her career called CANTAR. It's one of the most iconic albums in Brazilian popular music, a record synonymous with resistance. In 1974, Brazil was still living through one of the worst dictatorships in its history: artists, intellectuals and opposition politicians were being exiled and silenced. Gal was one of the emblematic figures of the Tropicalist movement, which, among other concepts, used anthropophagy as an aesthetic driving force. With her sweet yet strident and provocative voice, she was one of the public figures who used her singing during this period to question a certain political, ethical and social (dis)order.
A large number of people had to go into exile to avoid being arrested or killed. This is not an isolated fact in a country's identity, it is a somewhat common reality.
Many people in the world need to make long journeys, and long migrations to continue to exist; to flee war, and religious persecution, and to seek new livelihood opportunities. Whales make long journeys to feed themselves, to mate, to continue to exist, just as we do, and they sing on their way. We now imagine a play in which whales move and sing, and with their singing, they say phrases and verses that could provoke a revolution or at least a yearning. Whales are enormous animals. We are small. But we can be enormous too. Singing is free. Singing relaxes, makes children sleep and can make adults wake up. What are the relationships between Gal, whales, exile, longing, borders, dictatorship, anthropophagy, multiculturalism, territories, de-territories, and refuge? There are many. And now, let's dance it.”
Francisco Thiago Cavalcanti
credits
Creation, performance and direction
Francisco Thiago Cavalcanti
Co-creation and performance
Bárbara Cordeiro, Daniel Pizamiglio, Francisca Pinto, Piero Ramella, Sara Paternesi and Yaw Tembe
Lighting creation
Leticia Skrycky
Executive producer
Sinara Suzin (Alkantara)
Francisco Thiago Cavalcanti
Co-creation and performance
Bárbara Cordeiro, Daniel Pizamiglio, Francisca Pinto, Piero Ramella, Sara Paternesi and Yaw Tembe
Lighting creation
Leticia Skrycky
Executive producer
Sinara Suzin (Alkantara)
Support
Alkantara, Gulbenkian Foundation, Creative Europe, Polo Cultural das Gaivotas
Documentation and Social Media
Walesca Timmen
Artistic residencies
Alkantara, Ilê do Mestre Peixinho, Ngoma Capoeira Angola, P.A.F (Performing Arts Forum), Instável - Centro Coreográfico, Forum Dança, Centro Cultural da Malaposta
Co-production Residency
O Espaço do Tempo
Production
Alkantara
Co-production
Alkantara, Teatro Municipal do Porto
Alkantara, Gulbenkian Foundation, Creative Europe, Polo Cultural das Gaivotas
Documentation and Social Media
Walesca Timmen
Artistic residencies
Alkantara, Ilê do Mestre Peixinho, Ngoma Capoeira Angola, P.A.F (Performing Arts Forum), Instável - Centro Coreográfico, Forum Dança, Centro Cultural da Malaposta
Co-production Residency
O Espaço do Tempo
Production
Alkantara
Co-production
Alkantara, Teatro Municipal do Porto
CANTAR is the piece that Francisco Thiago Cavalcanti and the collective um cavalo disse mamãe are developing in parallel with 52blue, both produced by Alkantara.
The performances work as a diptych that unfolds in the same material, reflecting on the themes of displacement, exile, survival and resistance. 52blue premiered on November 23rd at the Teatro do Bairro Alto, as part of the Alkantara Festival 2024.
The performances work as a diptych that unfolds in the same material, reflecting on the themes of displacement, exile, survival and resistance. 52blue premiered on November 23rd at the Teatro do Bairro Alto, as part of the Alkantara Festival 2024.
Foto: Walesca Timmen